Mas certamente que sim! (b)

16 agosto 2006
  Das light news ao ensaio

O período estival convida à indolência e devo por esta altura avisar que tenho andado intermitente entre períodos de descanso, uma constipação e períodos de trabalho. Por isto ainda não tinha agradecido ao Rogério Santos as muito amáveis palavras com que recebeu e criticou dois trabalhos meus no Expresso. Respondi-lhe no Indústrias Culturais, mas desconfio que algo terá falhado nos comentários, que não chegaram a ver a luz do dia. Desconheço mesmo se os leu. Adiante, porque aqui fica o meu agradecimento público.

Num texto sobre diferenças e preferências entre hard news, soft news e light news, e a propósito da minha peça para o caderno de Economia do Expresso sobre a efeméride da WWW, Rogério Santos saudou-me nestes moldes: «saíu do castelo que é a revista "Única", espaço de light news do semanário, para respirar, a semana passada em ensaio, esta semana em artigo factual». Eheh, é verdade que sabe bem mudar de ares. Foram muitos anos na Única, passei uma fase em que temi repetir-me e acabei "salvo" pela web 2.0 que devolveu às semanas um frenético ritmo noticioso. Mas a página precisava de uma remodelação. Não foi a minha remodelação, foi a de quem de direito.O  Expresso ficou a ganhar, que é o mais importante do meu ponto de vista de ex-quadro e actual colaborador daquele semanário.

Mas mais interessante é este post em que o Rogério se debruça sobre a apaixonante temática do fim da galáxia Gutenberg, alvo do meu ensaio na revista Actual do Expresso no dia 29 de Julho. Apenas uma adenda, o Rogério Santos fala neste «optimismo tecnológico» e eu lavo daí as minhas mãos. O ensaio não aprofundava essa zona, mas não era intenção glorificar a tecnologia. Quanto ao «desaparecimento dos intermediários», Rogério diz não concordar mas eu tenho de dizer isto: no contexto em que o referi é um facto, não uma «ideia», como diz, ou interpretação. Hoje a publicação é acessível a praticamente qualquer pessoa sem passar o Crivo, como escrevi, «um batalhão de intermediários letrados ou até mesmo cultos cuja função consistia em tranquilizar a Humanidade acerca da proveniência, da conveniência e da competência das ideias escritas pelo autor».

Claro que isto não é teorizar sobre a necessidade dos intermediários letrados na nossa sociedade actual ou nalguma das próximas culturas que emergirão, fraccionadas, da implosão da Civilização do Petróleo e da globalização. Sobre isso tenho uma ideia, é verdade. Mas fica para outra altura.

 
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Olá, o meu nome é Paulo Querido e mantenho este espaço como extensão em linha de uma coluna no Correio da Manhã. Sou consultor de new media, jornalista e escrevo livros e artigos (e também algum código) sobre a net e na net desde 1989.

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